O setor de franquias se mantém em alta mesmo com a crise econômica e abrir novas unidades dos negócios se tornou uma boa maneira de expansão. Mas como todo processo de expansão, é preciso estar atento às legislações que regem esse modelo de negócios. Não são raros os casos em que os empresários cogitam franquear seu negócio depois que alguém se interessa por seu empreendimento.
Em muitas ocasiões, pode ser um cliente antigo ou alguém que experimentou o produto ou serviço e enxergou o diferencial e uma oportunidade de investimento. “É necessário ser crítico, avaliar o negócio que se pretende franquear com muito cuidado e critério. Ele deve poder ser reproduzido por terceiros e ter algum diferencial, ser capaz de destacar-se de concorrentes de tal forma que interesse de investidores”, explica a advogada especializada em franquias, Patricia Baubeta, do escritório BAA Advogados Associados.
Segundo a advogada, franquear exige experiência e “Know How”, além de capacidade para transmiti-los a terceiros, bem como para dar assistência, suporte e, se implicar revenda de produtos ou mercadorias, capacidade para atender todas as unidades próprias e os pedidos dos franqueados. Tudo isso exige estrutura. “Franquia não é solução para problemas de caixa, não é uma forma rápida e fácil de receber investimento”, ressalta Baubeta.
Outra dica importante é buscar ajuda profissional de consultorias especializadas, que darão um diagnóstico, ou seja um parecer analítico e propostas. A partir deste ponto, o planejamento de implantação e cronograma de trabalho pode ser definido. “Esse processo leva de quatro meses a um ano, dependendo do negócio e da disponibilidade dos envolvidos. Se o modelo for franqueável, estiver crescendo, for lucrativo e estiver estruturado de tal forma que permita aos seus administradores e colaboradores dedicar-se ao projeto, a expansão por franquias será um excelente caminho”, ressalta a consultora.
Os cinco passos para franquear o seu negócio
A advogada Patrícia Baubeta, elencou os cinco principais passos para quem pensa em franquear uma oficina mecânica:
1. Avalie a franqueabilidade do negócio, o que exigirá estudos quanto à possibilidade de sua reprodução por meio do “franchising”, a viabilidade financeira, o potencial de mercado em relação ao negócio a ser franqueado e para a expansão da franquia, a disponibilidade e a habilidade dos envolvidos para lidar com os futuros franqueados, entre outros;
2. Formate o negócio que se franqueará e a franqueadora sob o enfoque empresarial e jurídico. Esse processo visa determinar os padrões da maior parte dos aspectos relacionados ao negócio franqueado e à franqueadora, estimando investimentos, definindo taxas, regras, normas, visual, perfil de franqueados, entre outras características da franquia, resulta também na elaboração dos manuais, na estruturação jurídica da franquia e da franqueadora, planejamento marcário, elaboração da COF, pré-contrato (quando necessário) e contrato de franquia, entre outros contratos, estabelecimento de um planejamento de expansão, de “marketing” e etc.;
3. Organize e estruture a empresa franqueadora como definido durante o processo de formatação. As atividades da franqueadora não se confundem com as do negócio que originou a franquia, há outros investimentos a fazer em bens materiais, “softwares”, recursos humanos (seleção, contratação, treinamento e acompanhamento), em canais de comunicação, para implantação das estratégias de proteção da propriedade intelectual, bem como regular relações com fornecedores (homologação/credenciamento), entre outras atividades;
4. Execute o planejamento empresarial da franqueadora, da rede, de expansão e de “marketing”;
Monitore a execução do planejamento e promova a capacitação dos membros da franqueadora para o bom relacionamento com os franqueados da rede.
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